Reflexão sobre o I Módulo de Formação


Antes de mais nada, uma confissão: Não me voluntariei para essa formação. Não achei que estivesse à altura desta tarefa e, da minha análise prévia e superficial do programa, sobressaíram alguns pontos com os quais, em primeira análise, não concordava. Daí as minhas reticências. No entanto, fui nomeada pelo Conselho Executivo e, tal como em tudo aquilo que me proponho fazer, darei o meu melhor.


No que respeita à primeira sessão, lamento o facto de a Secretaria Regional não ter considerado que o Departamento do 1º ciclo da minha escola (com perto de cinquenta membros) fosse significativo o suficiente para estar representado na formação. Esse aspecto estava a causar-me uma preocupação acrescida por ter sido responsabilizada pela replicação àquele grupo. No entanto, ao verificar que o nosso trabalho de formandos incidiria sobre o Programa como um todo e, consequentemente, sobre os três ciclos, o pânico dissipou-se um pouco.



Dos vários aspectos positivos, sublinho, no que diz respeito à análise do Programa:


--> esta articulação em perspectiva progressiva, que sempre me pareceu faltar entre ciclos;

--> a valorização da Língua Portuguesa e do seu uso correcto em todas as vertentes;

--> a ênfase colocada na competência linguística global dos alunos, vendo-os como sujeitos que utilizam o Português para estruturar o seu pensamento e o seu discurso (oral e escrito) em deterimento do seu desempenho segmentado em "momentos" de avaliação;

--> o equilíbrio na atribuição de peso sumativo a todas as competências específicas do Português;

No que diz respeito ao módulo de formação, em específico, quero destacar como positivo:

--> o contacto com um grupo de docentes “apaixonados” por aquilo que fazem e com vontade de fazer cada vez melhor – que é sempre um recarregar das baterias da motivação;

--> a metodologia de trabalho de grupo, que nos permitiu o manuseamento do programa com vista a tarefas concretas;

--> a formação de grupos dos três ciclos, que nos forneceu uma visão personalizada e interna dos ciclos que não o nosso;

--> o ambiente de convívio, partilha e trabalho conjunto que se estabeleceu logo após o primeiro momento;

--> o cuidado e preocupação, por parte dos formadores, em nos munir de toda a informação que se revelasse auxiliadora da nossa tarefa de replicação.

--> o apoio moral difundido pela sensação de sermos uma "tripulação única" a bordo do mesmo navio e de que podemos e devemos contar uns com os outros para colmatar as nossas inseguranças.

Como pontos menos positivos, considero que:

- apesar dos esforços dos formadores em conduzir o debate para os pontos em discussão, houve alguma dispersão que não permitiu que se realizassem todos os trabalhos agendados. Contudo, este desvio ao tema surgiu numa perspectiva de partilha de práticas e de problemas, num género de "terapia de grupo" que se revelou profícua e permitiu um maior espírito de coesão do grupo.

- tenho a lamentar o facto de que não tenhamos sido informados com antecedência sobre os moldes da formação, nomeadamente, sobre a plataforma a utilizar, a avaliação e os créditos, o portefólio, etc. Se é verdade que “o conhecimento é a maior arma”, podíamos ter iniciado esse projecto melhor armados.


E, se me permitem, o último aspecto - que ainda não consegui definir como negativo ou positivo – é o facto de estar com vontade de alterar as minhas planificações para os PCT’s, incluindo novas abordagens e novas formas de avaliação e ter consciência que preciso esperar que a luz se aproxime um pouco mais no túnel, para me dirigir para ela com passos mais seguros.


No geral, o balanço é bastante positivo.

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